domingo, 29 de novembro de 2009

Células tronco e o espiritismo

Células Tronco
O que é célula-tronco?
É um tipo de célula que pode se diferenciar e constituir diferentes tecidos no organismo. Esta é uma capacidade especial, porque as demais células geralmente só podem fazer parte de um tecido específico (por exemplo: células da pele só podem constituir a pele). Outra capacidade especial das células-tronco é a auto-replicação, ou seja, elas podem gerar cópias idênticas de si mesmo.
"A clonagem ("broto", em grego) é um método de reprodução normal para muitos seres, mas não para o resto do organismo. Por que essa diferença? As bactérias, por exemplo, que têm uma célula só, se reproduzem por meio da clonagem. Toda bactéria nasce como um clone, ou seja, as filhas são cópias genéticas perfeitas das mães, que simplesmente duplicam o seu "corpo" e depois se dividem em duas.
No resto dos organismos nenhuma célula do corpo é capaz de gerar um novo ser. A reprodução tem que ser feita por meio da fecundação, o que exige células muito especiais - o óvulo e o espermatozóide. Inexistentes nos microorganismos ou nas plantas muito primitivas, essa dupla se distingue por ter apenas um conjunto de genes, enquanto todas as outras células carregam dois conjuntos iguais. Durante a fecundação, o óvulo e o espermatozóide se unem e somam os seus genes, de modo que a célula resultante passa a ter dois conjuntos de DNA. Daí para a frente, ela se multiplica, dividindo-se sucessivamente, e se transforma num embrião.
Fábricas de órgãos – formação do embrião.
A – O embrião no início é só uma célula - o ovo, união do óvulo com o espermatozóide – que lentamente se multiplica.
B – Por volta dos quatro dias, o embrião tem cerca de 40 células formando duas esferas ocas, uma dentro da outra. A de fora vai gerar a placenta e a interna, o bebê.
C – A bola interna, nessa fase, é feita de células-tronco. Extraídas do embrião, podem ser transformadas em qualquer órgão do corpo, com a mesma identidade genética do embrião.
Diferença entre clonagem terapêutica e clonagem reprodutiva
A clonagem reprodutiva humana é a técnica pela qual pretende-se fazer a cópia de um indivíduo. Nessa técnica transfere-se o núcleo, que pode ser uma célula de um adulto ou de um embrião, para um óvulo sem núcleo. Se o óvulo com esse novo núcleo começasse a se dividir, fosse transferido para um útero humano e se desenvolvesse, ter-se-ia uma cópia da pessoa de quem foi retirado o núcleo da célula.
Diferença entre os dois procedimentos
Na transferência de núcleos para fins terapêuticos as células são multiplicadas em laboratório para formar tecidos;
Na clonagem reprodutiva humana há necessidade da inserção em um útero humano.
Utilidades das células-tronco
As células-tronco podem se transformar em qualquer parte do corpo. Doenças causadas por problemas celulares podem ser curadas por injeções de células-tronco, que passam a fazer a função de suas colegas defeituosas. Tratamentos possíveis:
Doenças neuro-degenerativas – novos neurônios;
Mal de Huntington – correção de neurônios;
Mal de Alzheimer – correção de neurônios;
Mal de Parkinson – correção de neurônios;
Paralisia – corrigem-se os danos causados à espinha dorsal;
Enfarte – recuperação dos tecidos cardíacos;
Cirrose e Hepatite – recuperação de células do fígado;
Diabetes – células novas para a produção de insulina;
Queimadura – regeneração de tecidos da pele;
Artrite – regeneração de embriões;
Osseoartrite – restaura a ligação de ossos e tendões;
Transplantes – células-tronco geram qualquer órgão.
Como podemos ver, a aplicação das células-tronco vai revolucionar a medicina e a biologia. A sua aplicação, portanto, é motivo de muitas discussões, criando questões filosóficas, religiosas e morais levantadas pela ciência e a medicina.
A prática da clonagem-terapeutica suscita grandes dúvidas que exigem, por parte dos órgãos responsáveis estudo, bom senso e ética, para que não se legalize um comportamento que contrarie os interesses humanos e, por outro lado, abra um campo enorme à exploração maldosa.
Alguns métodos de coleta de células-tronco não geram polêmicas ético-religiosas, como a coleta pelo cordão umbilical, que permanece na placenta após o nascimento do bebê, ou da medula óssea do próprio paciente. A polêmica surge quando se trata da retirada de células-tronco dos embriões, porque isso implica na destruição deles.
1. O Espiritismo é a favor ou contra as experiências com células tronco embrionárias?
A evolução material e intelectual do ser humano é uma condição necessária e imprescindível, cujo sucesso está subordinado ao seu esforço na busca de conhecimentos e experiências.
Desde o tempo das cavernas até a chegada do homem à lua imenso progresso ocorreu, sofrendo no entanto pequeno interregno na idade média, período de trevas e obscurantismo, quando a religião, conduzida por uma fé cega, cerceou a liberdade de expressão.
O progresso trouxe imenso benefícios à humanidade: na área da saúde, transportes, comércio, assistência social, tecnologia, etc.
O Espiritismo enfatiza a necessidade do progresso
Na questão da ciência, encontramos em "A Gênese", Cap. I, n.º 55 a seguinte afirmação: "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará."
Na questão da filosofia, em "O Livro dos Espíritos", Cap. VIII, Da Lei do Progresso, item 778, encontramos o seguinte: "... O homem deve progredir sem cessar... Se ele progride é que Deus assim o quer.; ... .
Na questão n.º 8, de "O Livro dos Espíritos", encontramos a afirmação de Espíritos Superiores de que "o acaso não existe".
Diante do exposto, por uma questão de coerência com a Doutrina, não podemos repudiar o avanço da ciência. Por outro lado, em respeito aos princípios morais, não podemos admitir violações às Leis Divinas. Cabe-nos, portanto, analisar cada caso, tendo como parâmetro as Leis de Deus.
Células-tronco embrionárias
O Espiritismo concorda, em parte, com a utilização de células-tronco embrionárias, tendo em vista o seguinte:
Não concorda: (só a Deus compete tirar a vida) porque após a retirada das células o embrião será sacrificado, configurando-se o aborto. Por outro lado, para obter, estudar e utilizar as células-tronco, é preciso tirá-las de embriões muito jovens; de preferência logo após quatro dias de idade, quando o futuro bebê ainda é apenas uma esfera invisível a olho nu, formada por algo entre 50 e 300 células.
Concorda: Há situações em que o embrião não vingará, ou seja, por variadas razões o espírito não reencarnará naquele corpo ou não se manterá nele, conforme orientação constante de "O Livro dos Espíritos", questão 355: "Há crianças que desde o ventre da mãe não têm possibilidade de viver... .e, questão 356: "crianças natimortas".
Concorda com a utilização da célula-tronco da própria pessoa ( auto emprego ) cuja rejeição é zero. Seriam células- tronco da medula óssea ou do cordão umbilical.
Pesquisas feitas nos EUA mostram que religiosos e oponentes do aborto concordam com que as pesquisas continuem, porque alegam que há uma diferença muito grande entre a clonagem reprodutiva, realizada com o objetivo de gerar uma criança, e a clonagem terapêutica, empregada na produção de células-tronco.
Para o Espiritismo, a preocupação reside no produto final do processo, ou seja, o embrião, que poderá gerar um novo ser.
2. No momento da fecundação, há um espírito que se liga ao embrião, mesmo tendo consciência de que este embrião será destruído?
Quando o Espírito tem de reencarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que é a expansão de seu perispírito, o liga ao germe que o atrai por uma força irresistível (magnetismo) desde o momento da concepção. (ver "A Gênese", cap. XI, item 18).
No "O Livro dos Espíritos", Questão 344, encontramos a seguinte afirmação: "A união começa na concepção, mas não se completa senão no momento do nascimento. Desde o momento da concepção, o Espírito designado para tomar determinado corpo, a ele se liga por um laço fluídico..."
Cada espírito tem o corpo que merece. Antes da reencarnação é realizado pelos "Espíritos Construtores" um estudo prévio da situação cármica do reencarnante, a fim de se ajustar a uma programação referente ao organismo físico que o reencarnante receberá. ("Perispírito"; Reencarnação, pg.341; "Missionários da Luz", André Luiz, Caps. 13 e 14).
Em "O Livro dos Espíritos", questão 348, Allan Kardec nos ensina que o Espírito reencarnante tem conhecimento, às vezes, do destino de seu corpo físico.
3. No caso de o espírito se ligar a este embrião, esta "fecundação" (*) feita em tubos difere de um útero para o espírito?
Ocorrendo a fusão (núcleo da célula mais óvulo) com sucesso, começa a se formar um embrião, cujo desenvolvimento será formalizado pelo perispírito reencarnante (ver questão n.º 344, de "O Livro dos Espíritos). Neste momento o embrião seria implantado em um útero de uma pessoa, o que nos permite afirmar que o Espírito não sentiria qualquer diferença
Vejamos a seqüência abaixo:
 Da pessoa a ser copiada, retira-se uma célula comum, cujo núcleo é extraído;
 O núcleo da célula é enxertado em um óvulo de outra pessoa;
 Para unir o óvulo ao núcleo inserido, é usada uma descarga elétrica. Com essa fusão começa a se formar um embrião; (a partir deste momento seriam utilizadas as células-tronco).
 O embrião é implantado no útero de uma outra pessoa.
 Nascerá um indivíduo geneticamente igual à pessoa da qual foi extraído o núcleo.
Devemos ter em vista, também, que há casos em que ocorre a fecundação mas não há um espírito destinado àquele corpo, cujo feto será um natimorto (L.E., questão 356). Poderá ocorrer, também, que o espírito reencarnante, que inicia o processo de ligação perispiritual ao corpo físico, não tem ainda consciência da sua situação (L.E., questão 351).
(*) O termo fecundação não é apropriado para este caso, porque fecundação se refere à união de duas células sexuais (espermatozóide mais óvulo).
Fontes de consulta:
Clone, Gina Kolata, Ed. Campus, 1998, RJ.;
"A Gênese", Allan Kardec, Cap. XI, item 18;
"O Livro dos Espíritos", Allan Kardec, Lv. II, Cap. VII, item II;
sites: www.espirito.com.br; www.cade.com.br;
www.cryopraxis.com.br/celulas.htm.
Artigos de revistas e jornais.
Organizador: Anízio F. Moraes – "Centro Espírita Ismael"

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

QUEM É VOCÊ ?

Quem é você ...
Que surge como um lapso de brilho,
Que me invade de repente, sorrateira,
Modificando minha vida inteira,
Tornando-me simplório andarilho ?


Quem é você ...
Que zomba de um puro sentimento,
Que cala profundo em minh’alma,
Que me alimenta e acalma,
Erguendo-me num sopro de alento ?


Quem é você ...
Intenso sentimento diferente
Representado em figura feminina,
Sorriso jovial que contamina,
Deixando-me deveras mais contente ?


Quem é você ...
Belíssima escultura de mulher,
Vênus de Milus ou mesmo a Giconda,
A perfeição que não há mão que esconda,
Num ato de amor puro, qualquer ?


Quem é você ...
Que vejo todo dia em minha cama,
Fazendo-me mais homem todo instante,
E que me livra do inseguro contrastante ?
Você mulher, é aquela que me ama !


Esta é você.


TheCast

Essência da Vida

Não quero nada de bom que seja constante,
Porque preciso saber que existem coisas ruins.
Não preciso do riso farto,
Preciso sim, do equilíbrio entre o riso e o choro,
Porque só rir aliena e só chorar enlouquece.
Não anseio por toda a liberdade,
Pois, necessito de alguns limites
De forma que não me sinta único,
E sim, mais um no contexto da vida.
Não careço de muito dinheiro,
Apenas do necessário,
Senão me tornarei escravo dele.
E mesmo com o pouco que tiver,
Deverei lembrar de dividi-lo com quem tiver menos ainda.
Não aprecio o egoísmo,
Pois, os egoístas são sós e eu preciso ter alguém comigo.
Não devo cultivar o ódio,
Já que quem odeia, certamente é odiado,
E é incômodo pensar nisso.
Preciso viver de forma plena,
E isso só se dá,
Na medida em que respeito os outros,
No limite dos meus direitos,
No amor que apresento,
E na alegria que transmito.
Acho que essa é a essência da vida!


TheCast.

O HOMEM DE BEM

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado."
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.
Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, nº 9.) Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.
Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

(O Evangelho segundo o Espiritismo, XVII - Sede perfeitos)