terça-feira, 10 de abril de 2012

A LUZ ACIMA DO ALQUEIRE

Por: Josnei Castilho

A história da humanidade é repleta de relatos de pessoas que vieram ao mundo para modificar conceitos e contribuir para a evolução da humanidade. Uma dessas pessoas extraordinárias foi o emérito professor Hippolyte Léon Denizard Rivail. Nascido numa antiga família de orientação católica com tradição na magistratura e na advocacia, desde cedo manifestou propensão para o estudo das ciências e da filosofia. Fez os seus estudos na Escola de Pestalozzi, no Castelo de Zahringenem, em Yverdon-les-Bains, na Suíça (país protestante), tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo propagador de seu método, que tão grande influência teve na reforma do ensino na França e na Alemanha. Aos quatorze anos de idade já ensinava aos seus colegas menos adiantados, criando cursos gratuitos para os mesmos. Aos dezoito, bacharelou-se em Ciências e Letras. Concluídos os seus estudos, o jovem Rivail retornou ao seu país natal. Profundo conhecedor da língua alemã, traduzia para este idioma diferentes obras de educação e de moral, com destaque para as obras de François Fénelon, pelas quais manifestava particular atração. Conhecia a fundo os idiomas francês, alemão, inglês e holandês, além de dominar perfeitamente os idiomas italiano e espanhol. Era membro de diversas sociedades, entre as quais da Academia Real de Arras, que, em concurso promovido em 1831, premiou-lhe uma memória com o tema "Qual o sistema de estudos mais de harmonia com as necessidades da época?". A 6 de fevereiro de 1832 desposou Amélie Gabrielle Boudet. Em 1824, retornou a Paris e publicou um plano para aperfeiçoamento do ensino público. Após o ano de 1834, passou a lecionar, publicando diversas obras sobre educação, e tornou-se membro da Real Academia de Ciências Naturais. Como pedagogo, o jovem Rivail dedicou-se à luta para uma maior democratização do ensino público. Entre 1835 e 1840, manteve em sua residência, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia comparada, Astronomia e outros. Nesse período, preocupado com a didática, criou um engenhoso método de ensinar a contar e um quadro mnemônico da História de França, visando facilitar ao estudante memorizar as datas dos acontecimentos de maior expressão e as descobertas de cada reinado do país. As materias que lecionou como pedagogo são: Química, Matemática, Astronomia, Física, Fisiologia, Retórica, Anatomia Comparada e Francês.
O pseudônimo "Allan Kardec", segundo biografias, foi adotado pelo Prof. Rivail a fim de diferenciar a Codificação Espírita dos seus trabalhos pedagógicos anteriores. Segundo algumas fontes, o pseudônimo foi escolhido pois um espírito revelou-lhe que haviam vivido juntos entre os druidas, na Gália, e que então o Codificador se chamava "Allan Kardec".
As cinco obras fundamentais que versam sobre o Espiritismo, sob o pseudônimo Allan Kardec, são: O Livro dos Espíritos, Princípios da Doutrina Espírita, publicado em 18 de abril de 1857; O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, em janeiro de 1861; O Evangelho segundo o Espiritismo, em abril de 1864; O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo, em agosto de 1865; A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, em janeiro de 1868.
Além delas, como Kardec, publicou mais cinco obras complementares: Revista Espírita (periódico de estudos psicológicos), publicada mensalmente de 1 de janeiro de 1858 a 1869; O que é o Espiritismo (resumo sob a forma de perguntas e respostas), em 1859; Instrução prática sobre as manifestações espíritas (substituída pelo Livro dos Médiuns; publicada no Brasil pela editora O Pensamento); O Espiritismo em sua expressão mais simples, em 1862; Viagem Espírita de 1862 (publicada no Brasil pela editora O Clarim). E após o seu falecimento, viria à luz: Obras Póstumas, em 1890.
No 4º Congresso Mundial em Paris (2004), o médium brasileiro Divaldo Pereira Franco psicografou uma mensagem atribuída ao espírito de León Denis em francês (invertida) declarando que Allan Kardec fora a reencarnação de Jan Hus, um reformador religioso do século XV. Esta informação já foi dada em diversas fontes diferentes, o que está de acordo com o Controle Universal do Ensino dos Espíritos, que Kardec definiu da seguinte forma: "uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos - a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares."
Allan Kardec entregou ao mundo uma das maiores doutrinas já vistas, o ESPIRITISMO. A palavra espiritismo, um neologismo criado por Kardec, designa a doutrina que estuda a natureza, a orígem e o destino dos espíritos, bem como suas relações com o mundo corporal. Calcada em três pilares básicos (ciência, filosofia e religião), tem como bases as seguintes acertivas: a existência de Deus, definido com a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas; a existência do espírito; a reencarnação; a lei de causa e efeito; a lei da evolução e a pluralidade dos mundos habitados. Em sua vertente religiosa, o espiritismo tem Jesus Cristo como o paradigma, exemplo vivo da verdadeira conduta humana, que resumiu todas as leis e profetas em duas leis básicas, porém, definitivas: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo! De fato, quem se enquadra nestes dois axiomas, jamais incorrerá em quisquer erros desabonadores da moral cristã.
Considerado como a terceira revelação (as leis Mosaicas e o cristianismo são as outras duas), o espiritismo veio trazer luz sobre várias questões controversas da dogmática religiosa, principalmente no tocante à compreensão da justiça divina, aplicando princípios científicos para corroborar suas acertivas. Institui a imortalidade da alma, criada por Deus simples e ignorante, além de definí-la como um ser em dinâmico e constante processo evolutivo. Orgulha-se de ser a dutrina religiosa que não deixa questionamentos sem resposta, não institui dogmas, e sim, esclarece verdades irrefutáveis. Tem como lema principal a frase “Fora da caridade não há salvação”, porém esclarece que a salvação, longe de ser a condução a um pseudo paraíso, nada mais é do que a evoluçãso da alma através do trabalho em prol de quem necessita, o que nos aproxima de Deus.
No Brasil, país alcunhado de o coração do mundo, pátria do evangelho, o espiritismo tem se desenvolvido muito e aumentado o número de adeptos, principalmente após o lançamento de filmes a cerca da doutrina dos espíritos, bem como, da grande exposição midiática dos últimos anos, graças a grandes médiuns como Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco.
A grande busca da humanidade é por respostas, porém, estas são difíceis de se obter, principalmente por conta de condições dogmáticas impostas aos seguidores das diversas religiões. Em que pese o grande respeito que o espititismo nutre por todas as religiões, é inegável que a maioria delas deixa a desejas no quesito esclarecimento. No espiritismo todas as obras basilares e as complementares estão à disposição e ao alcance de todos. Não há sonegação de informação ou mesmo deturpação interpretativa de qualquer texto. É a doutrina da transparência e do esclarecimento pleno, lá, qualquer um de nós tem acesso ao conhecimento total das verdades eternas e imutáveis, pois, considera-se preponderante seguir-se aos ensinamentos do mestre Jesus, e um deles é “não por a luz embaixo do alqueire e sim no alto para que possa iluminar a todos”.
Muita paz, e que o senhor Jeus nos abençoe!

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